TikTok fomenta limites ao tempo de uso por jovens

Esta semana, a rede social TikTok anunciou o objetivo de incentivar um uso diário da aplicação não superior a 60 minutos, quando em causa estão utilizadores jovens até aos 18 anos. De acordo com a Associated Press, esta decisão espelha a política estatal chinesa para o controlo do tempo online despendido pelos menores, ainda que o TikTok, que se apresenta como um negócio global sem sede definida, alegue que o limite tem por base investigação académica e peritos do Digital Wellness Lab, do Boston Children’s Hospital.

Citado pela mesma agência de notícias, Cormac Keenan, dirigente da rede social, explicou que quando o limite de 60 minutos for atingido, os menores serão solicitados a introduzir um código de acesso e a tomar uma “decisão ativa” para continuar a ver vídeos na plataforma. Para contas em que o utilizador seja menor de 13 anos, um progenitor ou tutor terá de definir ou introduzir uma palavra-passe já existente, de maneira a permitir 30 minutos de tempo extra de uso.

Como nota a Associated Press, esta é uma medida em linha com as considerações protecionistas em torno da relação entre os media (sociais, nomeadamente) e os jovens, às quais acrescem questões geopolíticas. As preocupações em causa não são novas, devendo ir, até, além da proteção. De acordo com a breve perspetiva histórica sobre a literacia mediática apresentada pelo MILObs, “as tecnologias de informação e comunicação, nomeadamente a informática (nos anos 70 e 80) e a Internet (a partir de meados dos anos 90), e os meios portáteis a esta associados, como o computador portátil e o telefone inteligente, vieram facilitar significativamente o acesso à informação e às práticas comunicativas. Mas trouxeram consigo igualmente novos desafios, do ponto de vista da formação dos cidadãos: a aprendizagem de novas linguagens; a consciência de novos riscos de exclusão; as ameaças à privacidade e à segurança individual e coletiva; o grau de desinformação e manipulação; as oportunidades de expressão das pessoas e comunidades, entre outros”.