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Inconsistências e bom senso: elementos-chave para detetar imagens criadas por inteligência artificial

April 6, 2023

Ainda que não haja um “método infalível de identificação de uma imagem gerada por inteligência artificial”, é possível apontar estratégias que ajudam à sua deteção, refere a Agence France-Press (AFP). A mesma agência de notícias sublinha que “embora a maioria dos criadores afirmem claramente que estas imagens amplamente partilhadas são fabricadas, outras fotos circulam sem contexto ou são apresentadas como autênticas”, representando possíveis focos de desinformação.

De maneira a contrabalançar o risco de se ser enganado por imagens criadas artificialmente, dois especialistas ouvidos pela AFP sublinham a dificuldade em resolver o problema apenas pela via tecnológica, através de softwares de deteção. David Fischinger, engenheiro especialista em inteligência artificial do Instituto Austríaco de Tecnologia, referiu que nas fotografias em causa “há milhares/milhões de imagens que são usadas para aprender milhares de milhões de parâmetros”. Vincent Terrasi, cofundador da empresa Draft & Goal, lançada para detetar inteligência artificial nas universidades, desenvolveu os impactos desta premissa: “a inteligência artificial mistura essas imagens a partir da sua base de dados, desconstruindo-as e reconstruindo-as pixel a pixel, o que significa que, no resultado final, não notamos as diferenças entre as imagens originais”, nomeadamente ao nível dos meta-dados.

Assim, práticas como fazer uma pesquisa reversa podem ajudar não só a encontrar a publicação original, com eventuais referências à sua origem, mas também imagens de melhor resolução, que permitam uma mais apropriada avaliação de inconsistências visuais (reflexos, assimetrias, grão da imagem, segundos planos anormalmente desfocados e deformados, etc.) ou marcas de água. O bom senso é outro aspeto a ter em conta, refere a AFP, já que muitos dos elementos gerados podem não fazer sentido quando ponderamos o contexto que as fotografias artificiais tentam recriar. “Se uma imagem afirma mostrar um evento, mas a sua credibilidade está em dúvida, recorra a fontes fiáveis para procurar possíveis inconsistências”, conclui a agência de notícias.